quarta-feira, 10 de junho de 2009

GLOBAL FREQUENCY

Você está na Frequência Global. É assim que um qualquer dos 1001 agentes é contactado pela coordenadora de comunicações da organização. A partir deste momento terá que se disponibilizar totalmente para resolver uma situação extrema.

Global Frequency é uma organização secreta e independente dirigida por uma antiga agente de um serviço de inteligência, que dá pelo pseudónimo de Miranda Zero. Os seus elementos abrangem as mais variadas especialidades e não são exclusivos da organização até serem despoletados para uma dada situação de extrema sensibilidade. Os elementos comunicam através de um rede de comunicações exclusiva que é monitorizada e coordenada pelo personagem feminino de nome Aleph.

O propósito de ser da Organização cinge-se à protecção e salvação do Mundo e seus habitantes das eventuais consequências desastrosas dos projectos e operações secretas de um qualquer Governo de um qualquer País do nosso Planeta. Os elementos da Organização são escolhidos e activados com base nas suas especializações, tão variadas e abrangentes como militares, atléticas, académicas nas várias vertentes das ciências, criminosas, etc. As ameaças com as quais os elementos da organização se debatem também são tão variadas quanto as especialidades desses elementos. Ameaças militares, terroristas ou mesmo paranormais são o quotidiano da Organização. Os fundos que sustentam a GF são de proveniência desconhecida, no entanto a sua responsável refere que alguns desses fundos advêm dos países que constituem o G8 na forma de pagamentos para que a GF não divulguem os secretos horrores com que lidam. Embora a existência de uma organização independente com capacidade resposta e reacção deixe as autoridades vigentes bastante nervosas, também é consensual que a GF dispõem das capacidades muito especiais, necessárias e voluntariamente disponíveis para agir onde elas não podem, conseguem ou querem actuar. Como resultado, a GF obtém a aprovação tácita para as suas actividades, onde até, por vezes, são chamados pelos Governos para agirem em situações de crise extraordinárias. No entanto, na maioria das vezes, a GF actua pro-activamente sempre que descobre tais situações extraordinárias.
Criada pelo Warren Ellis em 2002 e publicado pela Wildstorm Productions até 2003, teve a duração de 12 comics; foram publicadas, por sua vez, em dois TPB (“Global Frequency Vol. 1: Planet Ablaze” e “Global Frequency Vol.2: Detonation Radio”). Não será o seu melhor trabalho mas é bastante interessante, tanto no registo da ficção-cientifica como, talvez mais, no formato adoptado. O formato, single issue stand-alone comic book, é interessante pela raridade do mesmo na Industria dos comics, pese o facto que tem vindo a ser cada vez mais utilizado fora das chamadas casas mainstream. O formato permite que um qualquer leitor a qualquer altura possa entrar na história sem ter que ter a bagagem de números anteriores. Assim sendo, os únicos personagens regulares nas acções são a Miranda Zero e a Aleph. Esta estratégia provou ser mais electrizante pelo facto de nunca se chegar realmente a saber se os elementos da GF envolvidos em sanar os problemas conseguem sobreviver à missão (o que, por vezes, não conseguem); no último “episódio” da série reaparecem alguns personagens. Também é interessante realçar que cada história é desenhada por um artista diferente (Garry Leach, Steve Dillon, Chris Sprouse, JJ Muth, Simon Bisley, etc.), ficando os textos sempre ao encargo do Ellis, as cores debaixo da responsabilidade do David Baron e as originais capas à descrição do Brian Wood (ver post DMZ).

Pelo formato ao estilo televisivo de episódios, foi, de facto, tentado o projecto para a televisão. Não vingou, pois o episódio piloto foi descarregado para a internet antes da sua estreia, o que deixou a Warner Brothers bastante aborrecida, ao ponto de cancelarem o projecto. Uma pena.

É uma leitura fácil e fluida, tem histórias bastante bem pensadas, algumas (poucas) são fraquinhas. O nível de acção é elevado. Em termos de desenho é um verdadeiro mimo. Os TPBs trazem um papel “à lá Vertigo”, o que não é bom! A apreciação geral é positiva.

3 comentários:

kitt disse...

Parece ser interessante: :p

"O formato, single issue stand-alone comic book, é interessante pela raridade do mesmo na Industria dos comics, pese o facto que tem vindo a ser cada vez mais utilizado fora das chamadas casas mainstream."

Esta parte agrada-me muito. :)

"Os TPBs trazem um papel “à lá Vertigo”, o que não é bom!"

Isso é chato,mas a Se a Liga do Giffen e o Monstro do Pantano é editado nesse papel não ha nada a fazer. :X

Nuno Amado disse...

Como diz o Kitt, o formato de revista única é muito interessante para quem entra de novo na série.
Da maneira como a apresentaste (eu não conhecia o título), acho que tinha tudo para uma boa série de TV!
Só estragaste tudo quando falaste no papel... :S

Abraço

refemdabd disse...

A série lê-se muito bem e está bem estruturada. O papel de limpar o r*** da Vertigo é que é desmoralizante.

Ainda não vi o episódio piloto, mas depois de ler a série, acho que funcionaria extremamente bem em Televisão.