Amadora BD, onde eu também estive, muito foi escrito em diversos blogs para eu estar aqui a continuar a malhar no ferro. Mas nas famosas palavras do velho Automatix (ou lá como ele se chama agora!), “deve-se bater no ferro enquanto este está quente…aliás, deve-se bater em tudo enquanto se está quente!”. Pois bem, sendo assim vou malhar um bocadinho também.
Pessoalmente gostei desta edição do Amadora BD, por muitas razões é certo, mas a principal foi por ser um sítio onde se respira BD durante algumas semanas, ou pelo menos tenta-se respirar, literalmente, e onde podemos encontrar de uma vez só todo aquele pessoal que não vemos no resto do ano. Pode parecer uma razão pequenina, mas para mim não é. Obviamente que todas as exposições de conhecidos e alguns desconhecidos autores são por mim muito apreciadas, as sessões de autógrafos/desenhos também, o espaço comercial, as bifanas, e até as pipocas que o meu pequenalho com dois anos e uns trocos adorou foram bem-vindas, os Cosplay são sempre divertidos. Outra coisa que eu também achei excelente ideia (que eu não vi noutros anos, embora possam ter lá estado) foi os salvadores dispensadores de água.
Não gostei do fosso onde estavam os autores/artistas convidados: parecia estar na fila para comprar bilhetes, era escuro, claustrofóbico, e num piso tão cheio que se tornava irrespirável. Respirava-se a transpiração de uns e dos outros; uma orgia de muito mau gosto que atentava à saúde pública. Sou propenso a ataques de pânico e quase tive um! Salvou-me o dispensador de água. Enquanto se fizer um certame num parque de estacionamento, não haverá, da minha parte, qualquer simpatia pela edilidade que o promove; afinal há dinheiro para tanta coisa, porque não investir na fábrica da cultura? Também não gostei da falta de respeito demonstrada por alguns autores convidados, provavelmente paga o justo pelo pecador, mas os atrasos às sessões de autógrafos são inadmissíveis, especialmente quando depois há alguém a impor limites às filas para respeitar a hora do fim dos autógrafos. Não gostei de certos autores armados em vedetas: quando se sentam para dar um autógrafo/desenho não devem desdenhar do papel que as pessoas lhes entregam para o efeito; são mal-educados e não têm respeito pelo próprio trabalho; quem tem unhas, toca guitarra, ponto final. Não gostei do "Grande Vigésimo", apesar de ter gostado do "trocadalho" com o "Petit Vingtième"(suplemento infanto-juvenil semanal do jornal Belga "Le Vingtième Siècle) , pese o facto de já estarmos no Séc. XXI!
Gostei muito dos jovens, mas nada inexperientes, autores portugueses presentes, mostraram todos uma panache e uma dedicação merecedoras de distinção. Certos tipos têm muito a aprender com estes grandes desenhadores e autores nacionais. Gostei do Achdé, é bastante simpático e conversador. Gostei do David Loyd, também simpático e muito comunicativo. Gostei muito do desenho do Boucq. Gostei de ver um dos espaços comerciais entregue a um alfarrabista-que-não-é-bem-um-alfarrabista. Estou solidário com os comerciantes que foram enfiados num buraco e não gostaram, e com aqueles que não se importaram, até preferiram, ficar com um lugar mais pequeno e melhor controlável do que o do ano anterior. Compreendo a desilusão da exposição dos 50 anos do Astérix, parece que se lembraram no último dia que o rapaz fazia 50 anos e até pareceria mal não ter lá uma salinha; também compreendo que um material mais rebuscado só existiria em colecções ou acervos de pessoas e instituições que já os teriam emprestado a outros certames com maior visibilidade. Gostei de encontrar o Geraldes Lino, que era inevitável encontrar pois ora bem e felizmente; lá me tirou uma dúvida bedéfila enquanto a outra permanece um mistério (farei um post sobre ela, quando finalmente comprar um scaner).
Pessoalmente gostei desta edição do Amadora BD, por muitas razões é certo, mas a principal foi por ser um sítio onde se respira BD durante algumas semanas, ou pelo menos tenta-se respirar, literalmente, e onde podemos encontrar de uma vez só todo aquele pessoal que não vemos no resto do ano. Pode parecer uma razão pequenina, mas para mim não é. Obviamente que todas as exposições de conhecidos e alguns desconhecidos autores são por mim muito apreciadas, as sessões de autógrafos/desenhos também, o espaço comercial, as bifanas, e até as pipocas que o meu pequenalho com dois anos e uns trocos adorou foram bem-vindas, os Cosplay são sempre divertidos. Outra coisa que eu também achei excelente ideia (que eu não vi noutros anos, embora possam ter lá estado) foi os salvadores dispensadores de água.
Não gostei do fosso onde estavam os autores/artistas convidados: parecia estar na fila para comprar bilhetes, era escuro, claustrofóbico, e num piso tão cheio que se tornava irrespirável. Respirava-se a transpiração de uns e dos outros; uma orgia de muito mau gosto que atentava à saúde pública. Sou propenso a ataques de pânico e quase tive um! Salvou-me o dispensador de água. Enquanto se fizer um certame num parque de estacionamento, não haverá, da minha parte, qualquer simpatia pela edilidade que o promove; afinal há dinheiro para tanta coisa, porque não investir na fábrica da cultura? Também não gostei da falta de respeito demonstrada por alguns autores convidados, provavelmente paga o justo pelo pecador, mas os atrasos às sessões de autógrafos são inadmissíveis, especialmente quando depois há alguém a impor limites às filas para respeitar a hora do fim dos autógrafos. Não gostei de certos autores armados em vedetas: quando se sentam para dar um autógrafo/desenho não devem desdenhar do papel que as pessoas lhes entregam para o efeito; são mal-educados e não têm respeito pelo próprio trabalho; quem tem unhas, toca guitarra, ponto final. Não gostei do "Grande Vigésimo", apesar de ter gostado do "trocadalho" com o "Petit Vingtième"(suplemento infanto-juvenil semanal do jornal Belga "Le Vingtième Siècle) , pese o facto de já estarmos no Séc. XXI!
Gostei muito dos jovens, mas nada inexperientes, autores portugueses presentes, mostraram todos uma panache e uma dedicação merecedoras de distinção. Certos tipos têm muito a aprender com estes grandes desenhadores e autores nacionais. Gostei do Achdé, é bastante simpático e conversador. Gostei do David Loyd, também simpático e muito comunicativo. Gostei muito do desenho do Boucq. Gostei de ver um dos espaços comerciais entregue a um alfarrabista-que-não-é-bem-um-alfarrabista. Estou solidário com os comerciantes que foram enfiados num buraco e não gostaram, e com aqueles que não se importaram, até preferiram, ficar com um lugar mais pequeno e melhor controlável do que o do ano anterior. Compreendo a desilusão da exposição dos 50 anos do Astérix, parece que se lembraram no último dia que o rapaz fazia 50 anos e até pareceria mal não ter lá uma salinha; também compreendo que um material mais rebuscado só existiria em colecções ou acervos de pessoas e instituições que já os teriam emprestado a outros certames com maior visibilidade. Gostei de encontrar o Geraldes Lino, que era inevitável encontrar pois ora bem e felizmente; lá me tirou uma dúvida bedéfila enquanto a outra permanece um mistério (farei um post sobre ela, quando finalmente comprar um scaner).
Quanto ao resto, não gosto muito de falar do que realmente não sei, embora me sinta extremamente tentado, claro! Não sei o que estará por detrás da organização deste certame; não sei qual é o orçamento; não sei quais foram as ideias originais, se todas vingaram e se não, porquê; não sei dos humores dos convidados ou do eventual preço deles, se é que existe um; não sei se é possível agradar a Gregos e a Troianos (diz-me a até agora experiência pessoal que não é); não sei se o “Manel” prometeu e depois não cumpriu à última da hora; etc. Portanto, não sabendo muita coisa, não será de bom-tom estar a maldizer apenas porque é fácil...que não o é, convenhamos! Somos todos críticos, mas eu penso que deverá haver uma base mínima de conhecimentos para se poder apontar os verdadeiros erros de uma qualquer organização, e eu não os tenho. Todas as opiniões deverão ser bem-vindas, pois é com elas que se encontrará um caminho para melhor corresponder às expectativas…dos Gregos e dos Troianos! Tinha muito mais a dizer, mas entraria toda no facilitismo que é mandar uns “bitaiques” para o ar. Há muitos que defendem a maior divulgação e comercialização do evento, e há outros que, ao contrário, defendem uma entrega do evento a um público mais especializado. Eu estou no meio caminho: creio que há espaço de sobra para as duas tendências. Mas, e atenção a este “mas”, no dia em que o festival se torne pertença dos intelectuais integracionistas do costume, eu deixo de lá ir (“Ainda bem!”, dirão eles.); o mesmo valerá se for entregue apenas à vertente mercantilista. Mesmo que gostemos de nos atribuir maior importância do que aquela que temos - e eu não fujo a esta regra – não devo estar só no meu pensamento. Sendo assim, não me afirmo como um papalvo, mas como um apreciador de BD feliz e que feliz se passeia, como muitos outros, com os seus livrinhos debaixo do braço, com a mulher e o filho a comerem pipocas alegremente e que lá vai aprendendo alguma coisa mais sobre o que é a BD…só não manuseio livros e pergunto o preço! Isso é que não, não vá eu ofender alguém…hehehehe!
Amanhã: Life...only better!
10 comentários:
Estive lá os 3 fins-de-semana e não me arrependo nada. Gosto do convívio que mencionaste e gosto do festival, que tem as suas qualidades e defeitos também.
Epá não me fales em Gregos e Troianos agora :P
Abraço
Já agora o filme que te tinha falado : http://alternative-prison.blogspot.com/2006/11/brick.html
Depois nunca mais vos encontrei :P
Olá refemdabd,
Tal como tu, também aprecio bastante o convívio e é sempre agradável reencontrar caras amigas, enquanto se espreita a bd. Mas manifesto o meu desagrado em relação ao festival deste ano: pobre em todos os sentidos! E das exposições, safaram-se a dedicada ao Osvaldo Medina e aos autores polacos. O resto...que tristeza! E isto se, inevitavelmente, compararmos com o ano anterior, que achei muito bom (não fui o único, tendo falado com comerciantes e visitantes que são da mesma opinião). E concordo também com o que disseste sobre a exposição do Astérix...foi uma lástima, para uma personagem com a popularidade que tem o pequeno gaulês e tendo em conta que celebrava este ano 50 anos, assim como foi lançado um novo álbum! Fico também com a ideia de que foram buscar o David Lloyd que não lançou nada recentemente (anda inactivo há mais de um ano, como ele próprio disse) e o Schuiten (com a justificação de lhe terem atribuído o prémio) para tentarem safar um pouco e acabar em grande.
Em relação ao que dizes sobre os autores...pois, a culpa não é da organização, mas desses empertigados que se acham reis do mundo porque lançaram um álbum de bd.
Veremos como será o próximo ano.
Um abraço.
Amigo Refém, nós parecemos-nos como as personagens de uma certa aldeia gaulesa, passamos o ano todo a dizer mal e depois no final da história encontramos-nos todos no banquete, desculpa, no Amadora BD!
Concordo que estas organizações não são fáceis de agradar a todos: ou peca pelas exposições, ou pelos autores ou ainda pelo espaço ou então falta de novidades, mas a verdade é que talvez seja dificl fazer melhor!
Começando pelo espaço, e até para te contrariar, eu considero o espaço como dos melhores onde o festival já se realizou. A mim pouco me interessa se no resto do ano aquele espaço serve para arrumar carros, tralhas ou bugigangas. A fabrica tornou-se inviável, e as alternativas essas sim convidavam (e convidaram) a orgias de transpiração!
Quanto ao resto, e aqui também respondendo ao Nuno Lopes, houve dois factores que condicionaram fortemente a edição deste ano: um corte substancial no orçamento do festival (foi ano de eleições e pouco €€ deve ter sobrado) e a gripe A (houve autores que se recusaram a viajar por causa disso).
Depois há outras questões, que talvez uma organização mais profissional pudesse resolver mas a verdade é que também nenhuma outra entidade com interesses (leia-se editoras) se chega à frente! Da minha parte vou preferindo este modelo amador mais ecléctico, que privilegia a BD, (através de concursos, exposições, autores) em detrimento de um outro modelo que servisse interesses que não a promoção e divulgação de BD!
Certo é enquanto assim for, lá estarei todos os anos! Abraço
É verdade, concordo com tudo e com muito mais que foi dito por todos vocês e outros nos seus blogs. Uns mais do que outros, mas basicamente estamos de acordo que mais objectividade e profissionalismo eram de esperar de quem tem ou deveria ter tanta experiência. Mas, não conhecendo os bastidores, não posso apontar onde estarão os podres. Posso, conforme vocês puderam, alguns muito mais eloquentes e exaustivos do que eu, e outros com muito mais conhecimento de causa, apontar a nossa percepção e experiência enquanto visitantes ou mesmo parte integrante do acontecimento. Este ano não foi digno de um vigésimo aniversário, e não haverá outro.
Como o amigo Verbal diz, ao fim e ao cabo lá estamos nós, e como umas férias que até não correm muito bem…férias são sempre férias! Não quero comparar a experiência menos boa deste ano com outras ainda piores; não é boa política (embora seja muito corriqueiro entre nós compararmo-nos com os piores alunos na vez dos melhores!) e acaba por ser uma desculpa que só demonstra maior incompetência se proferida pelos responsáveis. Desculparem-se com as eleições para cortar o orçamento é má desculpa e demonstra mais incompetência e igual desprezo pelo acontecimento.
Não apostarem num espaço próprio para cultura é um erro e uma falta de respeito pelos contribuintes autárquicos. A BD coloca a Amadora nos media sem ser por assaltos e pelas filas na IC19, merece um sitio próprio que possa atrair mais pessoas e mais convidados de qualidade. Ao fim de vinte anos poderia a Amadora ser mais badalada anualmente por um acontecimento de cultura pela qual toda a gente, mesmo condescendendo, simpatiza. Um museu da BD para expor o acervo acumulado em vinte anos (mais virão, espero), exposições contínuas, ATL, auditório, biblioteca, salas de exposições, e que celebrem os nossos artistas nesta 9ª arte seria algo digno da Amadora e dos seus habitantes, serem conectados com a simpatia e os sorrisos que a BD desperta em todos. Salvaguarde-se a BD erudita e divulgue-se que afinal a BD não é uma coisa só para miúdos, que a expressão artística seja em que forma se manifeste é para todas as idades. Tem que haver respeito; Tem que haver visão; Tem que haver competência. Muito se fala de cultura e na falta dela, a Amadora tem bases e com certeza terá dinheiro para projectar e erguer um qualquer jardim (que bem falta fazem) e no seu centro uma bela fábrica da cultura que celebre com invejáveis condições a BD.
Loot: fomos embora praticamente logo a sairmos da varanda; ainda andamos a ver se te encontravamos para te dar um abraço.
Fui ao teu blog e via tua critica, somado ao que disseste, parece interessante, embora não reuna concensos. Existe uma versão legendada? (em Inglês também serve)
Existe uma edição portuguesa do dvd por isso sim :)
Mas se não gostares não devolvo o dinheiro lol
lol! O título em Português qual é? Na amazon existe uma versão 1080i a 11 euros, mas sem legendas de qualquer língua.
Desculpa a demora.
O título é "brick" na mesma.
Abraço
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