sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

EXCELSIOR

 Antes de começar este post tenho que escrever que tentei colocar mais imagens para ilustrar este texto, mas demonstrou-se ser uma missão quase impossível: o novo formato de mensagens destes blogs foi de mal a pior, as imagens são colocadas pela aplicação onde esta quer e não onde eu quero! Movimentar a imagem para um dado sitio é um exercício que mede a minha paciência de tal forma que eu prefiro não me aborrecer mais. É o mal do pessoal da informática: quando algo finalmente funciona, têm logo que vir fazer "evoluir" a aplicação, sem que isso traga qualquer proveito ao utilizador, que tem que começar tudo de novo, prejudicando de forma séria a qualidade do seu trabalho e mesmo a produção desejável. Cambada de gente que só gosta de complicar.

Stanley Martin Lieber, assim haverá muita gente que não discernirá de quem se trata, agora como Stan “The Man” Lee, para quem aprecia Comics, não precisa de qualquer apresentação. Para quem não conhece, é um dos gurus dos Comics Norte-Americanos e, convenhamos, com toda a justiça, um dos nomes maiores da 9ª Arte no Mundo.

  Sozinho e em conjunto com outros grandes nomes da História dos Comics foi responsável por uma nova aproximação aos Comics, que já existiam há muito tempo antes dele. A “humanização” dos personagens que habitam os Comics, essencialmente os Comics onde protagonizam os chamados “Super-Heróis”, foi da sua quase inteira responsabilidade. Até então, os super-heróis eram quase invariavelmente seres extraterrestres, ou humanos com meios extraordinários, como os mais famosos Superman e Batman. Caiam no estereótipo arcaico, onde o desenvolvimento tridimensional do personagem era secundário, ou pura e simplesmente inexistente, personagens de alta índole moral, inatingíveis, acima do comum dos mortais, bastiões da integridade. Após o sucesso dos Comics de super-heróis na década de 30 e seguintes, houve um inevitável declínio no interesse nos mesmos por parte do público já durante a segunda metade dos anos 40, mas principalmente durante quase toda a década de 50. Alguns dirão que realmente nunca tinha havido uma descolagem do género super-heróis em relação aos outros existentes (Policial, Horror, Fantástico, Humorístico, Western, etc.) até à entrada em cena do Sr. Stan Lee.


 Embora já trabalhasse no ramo dos Comics desde 1939 na Editora Timely Publications (Martin Goodman, Publisher; Joe Simon, Editor) e fosse um artista publicado desde 1941, foi em 1961 com o lançamento da revista Fantastic Four que Stan Lee se afirmaria como “O” monstro sagrado dos Comics. Desde os tempos da sua primeira co-criação, “Destroyer” (decorria então a agora chamada “Golden-Age of Comics”), que Stan Lee vinha a crescer a sua ambição, na mesma medida da sua frustração, de transformar os Comics de super-heróis em algo de mais tangível ao seu público-alvo na altura, os pré-adolescentes. Em meados dos anos 50, a editora era então reconhecida por Atlas Comics, publicando vários géneros de Comics.

 No final da década de 50 a DC Comics (O gigante da industria dos Comics) reanimou com algum sucesso o género super-heróis pela mão do seu então editor, Julius Schwartz, com os títulos “Flash” (reinventado) e “Justice League of America”. Mas, conforme foi já anteriormente descrito neste texto, o arquétipo dos personagens e das histórias manteve-se fiel ao antigo existente desde a década de 30. Para apanhar o comboio do sucesso, Goodman incumbiu o então editor-chefe e director de arte Stan Lee de fazer o mesmo que a DC. Descontente com o panorama, já pensando em mudar de carreira, Stan Lee foi encorajado pela sua esposa, JC (Joan Clayton Boocock), a seguir os seus instintos e as suas ideias, uma vez que pouco ou nada teria a perder. Em conjunto com outros criadores, artistas e escritores (Jack Kirby, Steve Ditko e Wally Wood são os mais memoráveis) decidiu lançar-se na aventura que acabaria por revolucionar a indústria dos Comics, até aí completamente dominada pela rival DC Comics.


A Atlas Comics passaria a ter o “label” Marvel Comics em virtude do primeiro título de Comics lançado pela Timely Publications em Outubro de 1939. O primeiro título com o “label” Marvel Comics foi o número 3 da “Amazing Adventures” em Agosto de 1961. Aqui nasce a agora chamada “Silver Age of Comics” e com ela o primeiro herói da Marvel dessa época, “Dr. Droom”. 

É em Novembro de 1961 que seria publicada pela primeira vez uma das revistas que marcariam várias gerações, e nela nasceriam os primeiros dos super-heróis criados e co-criados por Stan Lee que abalariam e, inexoravelmente, acabaram por demolir os arquétipos em que todos os personagens do género até então assentavam: Fantastic Four #1.
 A Revolução da Marvel consistiu simplesmente em “humanizar” os até aí intocáveis, altivos e “maiores que a vida” super-heróis existentes. Tornaram-se humanos, com contas para pagar, com invejas, preocupações, amores e desamores, tristezas e alegrias e tudo o que é inerente à condição humana. A ciência era a usual desculpa para tornar alguém “super”; já não necessitava de ter nascido num planeta distante, ou numa dimensão diferente, ou ser um multimilionário extravagante, ou ter morrido e se tornado numa sinistra criatura, etc. Bastava mexer numas provetas e ter um acidente e…vai buscar: agora és um homem lagarto! Ou ser um promissor estudante, que leva porrada dos colegas por ser marrão e não ter jeito para as miúdas, ir a uma visita de estudo e ser mordido por uma aranha…radioactiva! BAZINGA…és o Homem-Aranha! Ser um promissor cientista na área dos estudos militares, a testar uma nova Arma de Destruição Massiva à base de radiação Gama (porque não?!) por ele inventada, ver um puto entrar na zona de testes, sair a correr para o salvar, conseguir salvar o puto mas a ele não, por manifesta falta de tempo (não nos acontece todos os dias? Ter falta de tempo, isto é!) e TUMBA-LA: és o Incrível Hulk! Talvez seres um médico coxo, que ao contrário daquele que aprendemos a odiar na TV, é um tipo lourinho e muito bonzinho, que sente o chamamento, bate com a bengala no chão…ZUNGA: és o Thor, o Deus do Trovão desaparecido há muito! Ou, para terminar uma lista que seria muito, muito longa de situações muito verosímeis, pois então (!), para alguém se tornar “super”, um dos meus favoritos: viveste há muito tempo, combateste os nazis com enorme sucesso e desapareceste inexplicavelmente para um dia apareceres a boiar no oceano dentro de um bloco de gelo; veio um habitante de uma espécie subaquática conhecida por Atlantes, que por sinal é Príncipe, liberta-o e…depois de muita porrada…TRUXAS, bem-vindo de volta Capitão América, paladino da poderosa América! Ridículo, não é? Mas o pessoal adorava (e adora), gastando a semanada, a mesada e até uma boa fatia do ordenado, fazendo da então marginal indústria dos Comics numa indústria do bilião de dólares ano (um bocadinho mais).
 Enfim…a imaginação (muito fértil e fantasiosa) continua a ser o principal factor nos Comics de super-heróis e não foi aqui que eles mudaram. A transformação deu-se na medida em que os novos super-heróis depois de andarem à porrada com uns gajos do espaço, têm que ir ao hospital curar os ossos partidos (com algumas excepções!), depois têm que arranjar um emprego para pagar as contas dos absurdos custos dos seguros médicos (e não para esconder a identidade), pagar a renda, pelo caminho conhecem uma moça simpática, começam a namorar (com todas as alegrias e ansiedades próprias do acto, mas também com uma panóplia de preocupações devido à condição de “super”: “será que lhe conto, ou será que não lhe conto?” é a mais recorrente), casam-se (ou não), têm filhos (ou não) separam-se (ou não!), têm ciúmes (têm sempre! Elas são sempre jeitosas!), morrem (ou não! E aqui isto é muito complicado, pois muitos que morreram acabam por voltar!), etc.

O que é certo é que esta nova fórmula não só cativou ainda mais uma geração inteira de pré-adolescentes, como ainda foi buscar os adolescentes e os pais de alguns destes, que no seu tempo tinham apreciado o género, mas depois caíram na real e não tiveram pachorra para aturar tipos maiores que a vida, ainda por cima vestidos em licra e spandex. Apesar de inverosímeis, e continuarem a vestir licra e spandex, estas novas histórias de super-heróis traziam muita “miséria” da vida destes, alguns coitados, novos “super”…e não é uma questão de toda a gente gostar mais de chafurdar na miséria dos outros do que aquela em que vive, mas encontrar pontos de contacto, referencias, entre os personagens ficcionais e o leitores, estratégia que se revelou brilhante.
  Mas os enredos continuaram a complicar-se, não bastando a nova condição humana destes “super”, o factor sociedade também entrou no baralho. Saída de um pós-guerra que floresceu a economia Norte-Americana, elevando o “American Dream” ao seu expoente máximo durante a década de 50 (não obstante a guerra da Coreia). A década de 60 trouxe um panorama mais complicado nesse plano, desde as lutas contra a segregação racial com Martin Luther King, a Televisão, a transformação política com o clã Kennedy e as tensões geopolíticas vividas nesse período, nomeadamente a crise dos mísseis com Cuba e a guerra do Vietname, revoltas estudantis, crises petrolíferas, económicas, a crise na família tradicional americana com uma libertação do papel da mulher ora por necessidade ora por vontade da própria, um crescimento súbito da emigração clandestina, o desenvolvimento dos carteis da droga a sul da fronteira, e uma plêiade de outras situações que terminaram com a vida vista e até sentida em tons de cor-de-rosa de uma América em que absolutamente de forma esmagadora predominava a vontade e a visão WASP (White, Anglo-Saxon, Protestant). Todas estas questões foram sendo, devagar, colocadas nos Comics. Como exemplo, na questão das drogas o Stan Lee ajudou a rescrever o apertado Comics Code (Código de conduta aceitável nos Comics, leia-se “Censura”), quando criou uma história na qual um amigo do Spider-Man se tornou adicto a barbitúricos, tendo com isto querido avisar contra os perigos do uso de drogas. Esta história foi escrita por Stan Lee a pedido do Departamento de Estado da Saúde, Educação e Segurança Social dos EUA. Acabou por ser rejeitada pelo Comics Code Authority por ser uma história que retratava drogas, tendo o contexto sido totalmente desconsiderado. A história foi publicada na mesma, sem o selo de aprovação da autoridade “competente”. A edição vendeu muito bem e a Marvel foi amplamente louvada pela sociedade, o que levou a Comics Code Authority a reconsiderar o código, permitindo então mais liberdades até aí vedadas. As nuances e mudanças subtis ou bruscas na sociedade eram, e são, impressas nos Comics. O nível e a intensidade dramática alteraram-se por completo. Mesmo os heróis tradicionais e mais antigos, como o Superman e o Batman da gigante DC, tiveram que se adaptar à forma como Stan Lee visionou os novos Comics: o Superman tornou-se mais sorumbático e introspectivo, de perfeitamente adaptado a ser um humano passou a se sentir um alienígena, a sua até então indiscutível invulnerabilidade, mesmo a não física, é colocada em “xeque”, culminando até na morte do personagem; O Batman, de absoluto paladino da justiça passa a vigilante temido, figura mais e mais obscura, psicótica em muitos aspectos, também encontrando um fim dramático distante da aura dourada dos velhos tempos da Golden Age, passo o pleonasmo. Na Marvel, mais recentemente desde Joe Quesada, que a passada rápida e larga da realidade atropela por várias vezes as situações vividas na ficção dos Comics. Goste-se ou não, Quesada imprimiu um paralelismo ficção versus vida que transformou ainda mais os Comics, na linha do pensamento original de Stan Lee. Exemplos são a linha Ultimate, que reinventou todos os heróis (re)inventados na década de 60 e os trouxe para o público do século XXI, sem o sucesso que provavelmente desejavam, mas, sem dúvida, com bastante impacto; A morte de certos personagens, como o Capitão América, na sequência da politização dos personagens na saga “Initiative”, responsabilizando-os pelo poder e habilidades que possuem, nas consequências que estes poderão trazer, sejam estragos materiais, sejam mortes e acidentes de qualquer natureza, governamentalizando os super-heróis com um acto em forma de lei, que culminou em Guerra Civil entre eles. Tudo isto fruto do ignóbil 09/11 que em muitos aspectos acordou a sociedade Norte-Americana, é certo, mas que com isso abordou velhas questões que ensombravam o universo e as histórias dos Comics e de quem as lia. Fruto de uma evolução, dir-se-ia natural, mas em vez, pela vontade do Stan Lee em humanizar os Comics e da aceitação indiscutível do público.
 No final da década de 60, Stan Lee, se calhar por já não ter mais lata de criar pessoal “super” por erros ou acidentes laboratoriais, sem fugir à ciência, voltou-se para a Natureza e nas observações e descobertas que a própria ciência ia nesse tempo vislumbrando. Dessa observância surgiu um novo tipo de “super”, os Mutantes (X-Men). Sucesso. Na senda da humanização dos personagens, estes ainda inspiravam mais a camada pré-adolescente: também eles poderiam ser uns potenciais mutantes! Da imaginação nascia um sonho que embora inverosímil, como o de se tornar um “super” convencional, acabaria por ser um bocadinho mais verosímil no pensamento naturalmente turvado dos pré-adolescentes: bastava nascer com um gene especial, latente, vitima dos tempos modernos, e a dado momento do despontar da puberdade…BAZINGA…és um mutante que inspira respeito (ou medo, ou reverência, ou desejo, etc.), de preferência (e com sorte) com muita pinta! Os Mutantes conseguiram enfatizar ainda mais as particularidades da sociedade moderna, em especial no período pós anos noventa. A proliferação de personagens mutantes terminou num aparente descontrolo o que originou uma “lavagem” à semelhança da rival DC Comics (“Crisis”) com a saga “House of M” sendo um género de “reset”, mas também e talvez um aparente aviso para o despertar de uma ainda maior consciência social.

Stan “The Man” Lee está há já muito tempo longe do comando da Marvel, embora figure nos créditos com o título “Chairman Imeritus”, e sem dúvida será consultado em muitas questões. Muitos projectos pessoais teve desde então, e estou certo que os continuará a ter. Eu espero por eles. Com 88 anos de idade (feitos em 28/12/2010) mantém-se firme na sua dedicação aos Comics, estando ultimamente mais empenhado nas novas películas “live-action”.
 Como curiosidade, repare-se nos nomes de alguns dos personagens criados pelo Stan Lee: Reed Richards; Sue Storm; Dr. Doom; Peter Parker; Black Bolt (Blackager Boltagon); Dr.Octopus (Otto Octavius); Green Goblin; Silver Surfer; Bruce Banner; Pepper Potts; Stephen Strange; Dredmund the Druid. Ou ainda: Fin Fang Foom; Dum Dum Dugan; Mogul of the Mystic Montain; Man Mountain Marco; J. Jonah Jameson. Perceberam? Os dois ou três nomes de cada personagem começam com a mesma letra. Durante algum tempo especulou-se sobre isso e, como sempre, andou-se atrás de um significado intelectual ou misterioso ou mesmo perverso para tal! Como quase sempre, também a explicação é simples e não implica nada de extravagante: Stan Lee criou-os assim apenas por ser mais fácil para ele lembrar-se dos nomes.

 A frase famosa “With great power comes great responsibility” foi criada um tanto ou quanto à pressa, segundo o próprio Stan numa entrevista que deu ao Kevin Smith (criador de Comics, realizador de cinema), para preencher um balão de narrativa que tinha sobrado numa vinheta de uma história na edição número 15 da revista Amazing Fantasy; a frase coube perfeitamente no balão de narrativa e acabou por se tornar icónica, mais tarde atribuindo-a ao tio, Ben Parker, de Peter Parker (Homem Aranha). Devido ao elevado número de Comics que Lee tinha que levar às bancas e ao baixo número de colaboradores com quem trabalhava, os textos não podiam ser escritos em forma de guião e enviados para o desenhador, não havia tempo. O escritor e o desenhador tinham uma reunião, presencial ou por telefone ou por carta, onde discutiam e acordavam a história que queriam transpor para o papel, muito sucintamente; o desenhador criava as vinhetas com os balões vazios, e com indicações nas margens para o escritor poder seguir a acção ou as ideias; o escritor criava os diálogos e imprimia-os directamente nos balões existentes nas vinhetas. Por vezes era o contrário, o escritor escrevia uma página e enviava para o desenhador que teria que fazer vinte pranchas com ela. Este processo tem o nome de Marvel Method e foi desenvolvido e aperfeiçoado pelo Stan Lee e os seus colaboradores iniciais, em especial Jack Kirby e Steve Ditko. Devido a este processo, é por vezes dado aos desenhadores créditos de co-escritores. O Método Marvel foi adoptado por outras casas e é ainda hoje utilizado, embora com muito menor frequência, sendo exemplos relativamente recentes: “Kingdom Come” ilustrada e co-escrita por Alex Ross e escrita por Mark Waid; “Marvels” ilustrada e co-escrita por Alex Ross e escrita por Kurt Busiek.
Outra curiosidade, que surge de um episódio recente da série “The Big Bang Theory”, prende-se com o facto de nela se dizer que os coleccionadores mais afoitos, digamos assim, dariam ao Stan Lee revistas da DC para serem por ele autografadas, pelo facto do Stan Lee ser Marvel e nunca ter trabalhado com a DC, tornando essa revista autografada numa peça de colecção raríssima! Bem…o Stan Lee já trabalhou com a DC, recriando vários personagens da DC com os grandes John Buscema, Joe Kubert, Jim Lee, Dave Gibbons, Kevin Maguire, John Byrne, Gary Frank, Scott McDaniel, Chris Bachalo, Walt Simonson, Jerry Ordway e John Cassaday (DC, “Just Imagine Stan Lee’s…” – 2001). Mas, realmente, uma revista DC de outro escritor que não o próprio Stan, autografada por este último, seria raríssima pois acredito que o Stan mais depressa mostraria “O Dedo” do que assinaria uma coisa dessas!
 Os Comics pós Stan Lee começaram a ter uma muitas vezes desconsiderada tarefa de educar uma enorme fatia da população mais jovem, cada vez mais alheada da realidade devido a um sistema educacional caduco. Não focando casos concretos, mas uma generalidade de assuntos da sociedade civil, chamando a atenção e fazendo pensar os mais atentos para os paralelismos indiscutíveis que são escrutinados nos Comics e que aludem a vida real. Claro que tudo com uma dose bem valente de ficção e fantasia, afinal são Comics de super-heróis. Mesmo os super-heróis convencionais são hoje, nos Comics, antes anti-heróis, a linha que separa o Bom do Vilão é bastante ténue, mas Maus há muitos e estes últimos viajam com frequência ora num lado dessa linha ora no outro dependendo da situação. De um outro post, onde abordei as questões morais, estas desvanecem-se e o mundo é encarado pelos leitores de Comics mais jovens de forma muito diferente da chamada “geração Disney” em que não podiam ser confrontados com violência ou alusões sexuais de qualquer espécie (ressalva-se a linha de animação Disney, que sempre teve a preocupação de mostrar que a vida tem sempre dois lados, daí a mãe do Bambi morrer, a mãe do Dumbo ser afastada deste, etc). Este fenómeno de influência foi já estudado nos EUA, e, por muito que a Indústria dos Comics queira fazer crer que não influencia os mais jovens, o que se observa é que realmente tem uma forte influência no pensamento, não se conseguindo provar a mesma no comportamento, mas, aqui entre nós, provado factualmente ou não, é óbvio que também o afecta, sem que com isto queira dizer que seja de forma negativa apenas.
Por tudo isto, e muito mais, com toda a certeza, é o Stan Lee um dos nomes maiores da BD no mundo. Ao visualizar uma nova abordagem dos Comics, de forma mais humana, tornou-os e a quem os lê mais maduros…embora os personagens continuem a vestir licra e spandex! Hehehe!
*EXCELSIOR. (palavra lema do Stan Lee; também do personagem Dr. Samuel Ferguson do livro “Cinco Semanas Em Balão” de Júlio Verne; Lema do estado de Nova York).

11 comentários:

Rafeiro Perfumado disse...

Conheci pela primeira vez a fronha deste tipo num reality show, de uns tipos que queriam ser super-heróis (piroso até dizer chega). Mas o que mais retive deste teu texto foram as palavras BAZINGA, TUMBA-LA, ZUNGA e TRUXAS. Na minha modesta opinião, só ficou a faltar um EMBRULHA!

Abraço!

Gio disse...

hum... aquele cabelo parece-me ser "colado".

refemdabd disse...

Hehehe! É verdade, também vi um ou dois episódios dessa coisa. Nem queria acreditar na tamanha parolice. Embora a cultura Norte-Americana ser bem diferente, esse Reality Show era incrivelmente mau, nem com o melhor dos humores lá cheguei. Depois de ter visto um documentário sobre os tipos do Cosplay de Super-Heróis que estão na rua e à porta do Chinese Theatre em LA a dar autógrafos, já nada me espanta naquele povo!

Gio: Também reparei nisso, deve ser por ser meio careca! Hehehe!

Nuno Amado disse...

Bom post sobre o "Tha Man"!
Sei mais sobre ele depois de ler algo que me facultaste...
:P
Acho que não me resta grande coisa a acrescentar depois deste pequeno post...

:)

Abraço

Optimus Primal disse...

Realmente muito bom só faltou falar dos cameos do Stan Lee nos filmes dos seus herois ele esta em todos. :)

refemdabd disse...

Bongop: Obrigado. Eu bem tento, mas "pequeno" é algo difícil de atingir!

Optimus:Obrigado. Sim, deixei de fora essa particularidade. O Stan entrou em todos os mais recentes filmes da Marvel com pequenas aparições(desde 1989). No "Fantastic Four - Rise of the Silver Surfer", o cameo do Stan foi uma transposição de uma situação do Comic Fantastic Four Annual #3; infelizmente, por já não estar entre nós, o Jack Kirby não pode fazer parte dela: Tentam entrar no casamento do Reed Richards e da Sue Storm, sem sucesso por não terem convite, apesar de dizerem ser o Stan Lee e o Jack Kirby (no filme é apenas o Stan). Para além dos filmes Marvel, ainda fez "cameos" nas séries de TV "Heroes" e "The Big Bang Theory", nos filmes "Princess Diaries 2" (a sério, ninguém percebeu porquê!)e "Mallrats".

Loot disse...

Os posts do refém são como os eclipses. Só voltam a acontecer passado muito tempo mas valem sempre a pena de ver ;)

Abraço

Pedro Cleto disse...

Olá Refém,
Também já "experimentei" as maravilhas do novo modelo e voltei logo para o antigo...!
Óptimo texto! É bom saber que não sou o único a perder-me na escrita...
Abraço!

SketchbookPT disse...

Posso pedir um favor?

Precisamos de votos para estes dois camaradas que estão a concorrer no concurso da Talent House / Stan Lee.

Aqui ficam os links para votar com recurso ao Facebook:

Henrique Valadas

talenthouse.com/creativeinvites/
preview/ac025d474465ddf7d438f7b2e952461e/154

André Beja

talenthouse.com/creativeinvites/
preview/a59ce66a07aa5ea464787071238622af/154

Desde já o meu obrigado por ajudar estes meus dois amigos.

refemdabd disse...

Após demorada e complicada convalescença posso agora dar um feedback às palavras do Loot, do Pedro Cleto e do Stuntman.

Loot: espectáculo! Até me babei. Muito obrigado.

Pedro: Muito obrigado pelas tuas palavras. É uma honra saber que leste este post.
Ando a ver se consigo encontrar o script antigo. Como é que fizeste?
Abraço.

Stuntman: Na boa. É sempre bom ajudar novos talentos. Espero ajudar.

Rafeiro Perfumado disse...

Cinco meses depois volto aqui e o texto ainda é o mesmo? Tssss, tsssss, tssss...