Desta vez venho com um dos personagens mais estranho e ao mesmo tempo divertido que eu tenho lido nos últimos tempos – abro este à parte para também sugerir o Hellboy Júnior do Bill Wray, com sólidas e “kinky” referências aos Harvey Comics; fiz este à parte pelo Goon já se ter cruzado com o Hellboy numa das aventuras do primeiro. O Goon é um brutamontes que insiste em dizer ser o homem-forte de um mafioso que dá pelo nome Lebrazio. De facto, o Goon é que é o chefe das operações que pertenciam ao mafioso; este foi morto pelo próprio Goon em vingança pelo assassínio da sua tia, que criou o herói desde criança. Uma curiosidade é que a boina que caracteriza o Goon pertencia ao Lebrazio. Acompanha o brutamontes o seu inseparável companheiro Franky, dono de um humor negro e inteligência que muitas vezes ensombra o herói; este personagem é desenhado sem pupilas, ao estilo da famosíssima Little Orphan Annie (Harold Gray. 1894-1968) . Embora não tenha uma cronologia adaptada à realidade, a cenografia e o guarda-roupa é típico dos anos 20/30 do século XX. As aventuras incluem zombies, lobisomens, génios do mal, monstros ao estilo Kaiju no género Tokusatsu (Godzilla e companhia, para os leigos).
O seu criador, Eric Powell, é um Norte-Americano nascido em Lebanon, Tennessee. Com já alguns créditos firmados na Industria dos comics, anteriores a esta sua criação, embora discretos. A primeira editora do The Goon foi a modesta Avatar Press (1999 – 3 números publicados). No entanto, o autor decidiu lançar-se a solo na edição da sua série e fê-lo sob a chancela da Albatross Exploding Funny Books (2002) à força do seu abandono da Avatar (devido à fraca qualidade dos comics) e de não ter encontrado alguém que publicasse a sua série. Depressa se fez notar e ainda com poucos números publicados o autor/artista foi rapidamente convidado a assinar com a Dark Horse (2003), os quais confessaram-se embaraçados por terem deixado escapar esta série por tanto tempo. O convite foi prontamente aceite. A Dark Horse apostou muito bem neste autor e no seu emergente personagem, pois em 2004 ganhou o primeiro de alguns prémios Eisner. Com este reconhecimento foi já convidado para artista numa edição na lendária e “matusalaica” Action Comics, onde brilhou com o personagem “Bizarro”. Também é interveniente, como entrevistado, no documentário “Independent” (documentário “indie” sobre o processo e espírito criativo nos Comics), recentemente visionada na terminada San Diego Comic Con.
De referir – embora não seja uma história nua e crua do The Goon – é o one-shot absolutamente negro e extremamente gráfico “Satans Sodomy Baby” (Dark Horse), que foi vendido dentro de um saco de plástico protector e com aviso bem ao estilo do humor da série The Goon quanto ao conteúdo expectável (cliquem na foto à esquerda para lerem a mensagem). Como era de esperar nos Estados Unidos da América do Norte, esteve envolto em grande polémica, sujeito a boicote por parte dos conservadores do costume…sim esse tipos que para os quais o sexo (embora neste comic seja bastante devasso, confesso e não professo) é altamente reprovável, ainda mais quando envolve o demo. A figura de proa desse protesto foi uma beata, de seu nome Margaret Snodgrass, residente no Alabama, que conseguiu fazer vingar o seu protesto ao ameaçar com a “eterna condenação ao Inferno” quem o vendesse nos seus escaparates. Houve realmente quem não tivesse colocado o comic nas prateleiras, tendo até ido mais longe e deixado de vender a série. Por tal, foi o número vendido com o título”Satans $@#%* Baby”, dentro de um saco de plástico e com o aviso para o seu conteúdo, tendo ficado remetida a capa e o título original para o seu interior; foram também publicadas as cartas dos fans que foram solidários com o one-shot, seu autor e editor.
O autor explica que esta sua criação é puramente ficcional, isto é, ao contrário de muitos outros personagens dos Comics que se inserem e transpõem na e para a realidade, o Goon é ficção absoluta e exclusiva dos Comics (ou dos Funny Books, se preferirem). Isto pode-se ver bem em dois dos números do Goon: o primeiro num número em que o Hellboy (personagem dos comics que se insere na realidade) se transporta através de um comic book do The Goon; o segundo número, onde um miúdo encontra e lê um Comic Book do The Goon.
Para além dos comics e respectivos TPBs, foram já publicados os hardcovers edições especiais autografados pelo autor e apelidados de “Fancy Pants” (dois volumes), as excelentes Graphic Novels “Chinatown”, “Noir” e “Wicked Inclinations”.
David Fincher (o mesmo de Fight Club e Se7en) recentemente optou pelo personagem no seguimento de um acordo com a Dark Horse para a realização de uma longa metragem de um dos títulos da editora; poderemos então esperar a adaptação para breve. Será em CGI, pelo que com optimismo antecipo uma boa adaptação.
O seu criador, Eric Powell, é um Norte-Americano nascido em Lebanon, Tennessee. Com já alguns créditos firmados na Industria dos comics, anteriores a esta sua criação, embora discretos. A primeira editora do The Goon foi a modesta Avatar Press (1999 – 3 números publicados). No entanto, o autor decidiu lançar-se a solo na edição da sua série e fê-lo sob a chancela da Albatross Exploding Funny Books (2002) à força do seu abandono da Avatar (devido à fraca qualidade dos comics) e de não ter encontrado alguém que publicasse a sua série. Depressa se fez notar e ainda com poucos números publicados o autor/artista foi rapidamente convidado a assinar com a Dark Horse (2003), os quais confessaram-se embaraçados por terem deixado escapar esta série por tanto tempo. O convite foi prontamente aceite. A Dark Horse apostou muito bem neste autor e no seu emergente personagem, pois em 2004 ganhou o primeiro de alguns prémios Eisner. Com este reconhecimento foi já convidado para artista numa edição na lendária e “matusalaica” Action Comics, onde brilhou com o personagem “Bizarro”. Também é interveniente, como entrevistado, no documentário “Independent” (documentário “indie” sobre o processo e espírito criativo nos Comics), recentemente visionada na terminada San Diego Comic Con.
De referir – embora não seja uma história nua e crua do The Goon – é o one-shot absolutamente negro e extremamente gráfico “Satans Sodomy Baby” (Dark Horse), que foi vendido dentro de um saco de plástico protector e com aviso bem ao estilo do humor da série The Goon quanto ao conteúdo expectável (cliquem na foto à esquerda para lerem a mensagem). Como era de esperar nos Estados Unidos da América do Norte, esteve envolto em grande polémica, sujeito a boicote por parte dos conservadores do costume…sim esse tipos que para os quais o sexo (embora neste comic seja bastante devasso, confesso e não professo) é altamente reprovável, ainda mais quando envolve o demo. A figura de proa desse protesto foi uma beata, de seu nome Margaret Snodgrass, residente no Alabama, que conseguiu fazer vingar o seu protesto ao ameaçar com a “eterna condenação ao Inferno” quem o vendesse nos seus escaparates. Houve realmente quem não tivesse colocado o comic nas prateleiras, tendo até ido mais longe e deixado de vender a série. Por tal, foi o número vendido com o título”Satans $@#%* Baby”, dentro de um saco de plástico e com o aviso para o seu conteúdo, tendo ficado remetida a capa e o título original para o seu interior; foram também publicadas as cartas dos fans que foram solidários com o one-shot, seu autor e editor.
O autor explica que esta sua criação é puramente ficcional, isto é, ao contrário de muitos outros personagens dos Comics que se inserem e transpõem na e para a realidade, o Goon é ficção absoluta e exclusiva dos Comics (ou dos Funny Books, se preferirem). Isto pode-se ver bem em dois dos números do Goon: o primeiro num número em que o Hellboy (personagem dos comics que se insere na realidade) se transporta através de um comic book do The Goon; o segundo número, onde um miúdo encontra e lê um Comic Book do The Goon.
Para além dos comics e respectivos TPBs, foram já publicados os hardcovers edições especiais autografados pelo autor e apelidados de “Fancy Pants” (dois volumes), as excelentes Graphic Novels “Chinatown”, “Noir” e “Wicked Inclinations”.
David Fincher (o mesmo de Fight Club e Se7en) recentemente optou pelo personagem no seguimento de um acordo com a Dark Horse para a realização de uma longa metragem de um dos títulos da editora; poderemos então esperar a adaptação para breve. Será em CGI, pelo que com optimismo antecipo uma boa adaptação.
Divertido, em suma, mas um exercício de grande qualidade de comics ao estilo Funny Books puro e duro e sem papas na língua.
8 comentários:
eu tenho satan's sodomy baby! já está a valer alguma coisa...e vai aumentando...The Goon é dos meus favoritos...bom post :)
"A figura de proa desse protesto foi uma beata, de seu nome Margaret Snodgrass, residente no Alabama, que conseguiu fazer vingar o seu protesto ao ameaçar com a “eterna condenação ao Inferno” quem o vendesse nos seus escaparates. Houve realmente quem não tivesse colocado o comic nas prateleiras, tendo até ido mais longe e deixado de vender a série. Por tal, foi o número vendido com o título”Satans $@#%* Baby”, dentro de um saco de plástico e com o aviso para o seu conteúdo, tendo ficado remetida a capa e o título original para o seu interior; foram também publicadas as cartas dos fans que foram solidários com o one-shot, seu autor e editor."
lololo,so nos Usa é que se ve disto.
A tua analise foi deslunbrante ,apesar de numca ter lido nada dom personagem.
A arte dos desenhos fazem quase lembrar a do mestre Eisner...
E parece ser boa a serie...
Abraço. :-)
Parece ser muito bom!
alguma recomendaçõa sobre esta série de TPb's para eu comprar (nunca li nada disto, por isso não pode ter muitas referências anteriores.
Esta sim, é uma série que eu classifico de "curiosa", pois ainda não tenho nenhum livro, mas já li alguns! Já encomendei, e nunca chegou... já comprei apenas um volume, e devolvi por estar todo sujo por dentro. Por isso li emprestado :S ........
De qualquer maneira tenho de fazer um apanhado da série, pois criaste interesse novamente pelo gigante de boina :)
Recomendo o Fancy Pants vol II que é uma excelente compra (o I só no site da Dark Horse); o comic Satans SB também é excelente. Qualquer um serve, bem vistas as coisas. Talvez o melhor seja comprares o primeiro tpb para melhor apanhares as coisas.
Sim, curioso também foi o que pensei quando o tive na minha mão
pela primeira vez (É LÁ pessoal, não é nada disso...embora também deva ter pensado a mesma coisa hehehe!).
Exacto,o Eisner também é forte influência, para além de outros clássicos.
Obrigado pelo teu elogio Kitt.
O SSB já vale cerca de 5,5 USD mas vai valer muito mais dentro de uns anos.
Já estive para lhe pegar mas fui adiando.
Há tanta coisa para ler :P
Abraço
Tenho os dois volumes da última série e não me arrependi, mas estão na calha os volumes das séries anteriores. Excelente desenho, bom argumento.
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