segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O VERDADEIRO ANIMAL FEROZ

Este blog não é um blog político, nem o pretende ser, obviamente. Mas, não podia deixar escapar o lançamento de mais um livro do meu autor favorito. É verdade, o Augusto Cid (na foto à esquerda) é O meu autor favorito de sempre. É um ilustrador brilhante e o melhor cartunista que Portugal já viu (para mim é, aguentem-se!). Compará-lo, como já o fiz noutro post, ao Raphael Bordallo Pinheiro não será de todo exagerado, mas talvez injusto para ambos. Cada um é e foi brilhante à sua maneira. Cada um deu o seu excelso contributo para chamar o “boi pelo nome”, deixando imagens que comprometem as estórias mal contadas, deixando espaço à História escrita ou inscrita pelo sarcasmo e pela ironia acutilante que, no entanto, denota mais a verdade ou a percepção desta pelo Povo. Bordallo personificou-o na figura do Zé, que é aproveitada (muito bem e ainda bem) pelo Cid. Manguitos…manguitos são o que mais falta fazem e infelizmente o Povo tem sido parco neles (a abstenção não é um manguito!). Pois cada cartoon do Cid é, por si, um manguito em nome de todos aqueles que desconfiam e que têm meio-palmo-de-testa. É um aviso à ”classe” política (que cada vez mais vai tendo menos "classe"), um aviso de atenção que ainda há pessoas inteligentes e cultas, que conseguem discernir a propaganda da verdadeira intervenção e do trabalho concreto com sólidos resultados. Por muito que a “classe” queira um País de licenciados (talvez a um Domingo) em ignorância e apatia política, ainda vão andando por aí alguns que não se deixam comer com tanta facilidade.

Infelizmente já observei, por algumas vezes que já foram demais, pessoas a lerem os cartoons deste e de outros artistas e dizerem “Não estou a ver qual é a piada disto.” (!!!) Pela primeira vez, pensei julgar ser uma exclamação de desabafo e desconsolo de alguém que já não acha graça nem à caricatura da situação politica retratada, por serem já tantas as situações que nos infernizam a vida e comprometem o futuro deste País. Mas não era, de facto era mesmo a incapacidade de compreender e de enquadrar o cartoon na situação real. Ignorância total. Fiquei abismado e tive que explicar ao mentecapto o ponto da situação actual, pelo que obtive a resposta que qualquer político carreirista gosta de ouvir (mesmo que nunca o confesse ou discirna): “Deixa estar, não quero saber; eu estou a borrifar para esses gajos”. Ora que bem! Penso eu. Desde que fui adolescente que ouvi muitas vezes aquela interjeição muito própria da idade: “Estou-me a cagar para os outros” (peço desculpa pelo vernáculo, mas é mesmo assim). O que esta gente não percebe (ora porque não quer, ora porque não tem capacidades para tal) é que de facto se estão a cagar para elas próprias. Mas vamos lá nós tentar fazer perceber a esse pessoal que é importante andarmos informados das acções e dos movimentos da chusma, mesmo dos mais honestos e ímpios que nela habitam.

A Democracia foi uma invenção da aristocracia. Vejamos, da aristocracia inteligente e verdadeiramente iluminada. Na antiguidade clássica, observando a História, a aristocracia percebeu, por experiência passada (“Conhece a tua História”), que faziam mal em hostilizar as massas. Deram-lhes então uma ilusão: a ilusão que teriam de facto intervenção nos desígnios da governação, logo, nos seus próprios desígnios. De facto tinham representatividade, mas quem decidia era a já há muito instalada Aristocracia. Governadores, Senadores, Cônsules, etc., eram todos membros da elite instalada, o nepotismo era corriqueiro, as famílias dominavam na governação por gerações e gerações. Também, no seu tempo, os exércitos eram assim. Hoje não será tanto assim, pois o dinheiro já não se encontra com tanta facilidade nas “velhas famílias”, mais se encontrará nas grandes empresas que movem os seus interesses nas malhas da política, criando “animais ferozes” por todo o lado, por todos os partidos, desde que ferozmente defendam os interesses maiores da economia empresarial e se tivermos sorte, lá pelo meio, o País. No caso Português ainda o cortejo vai no adro, mas havemos de chegar ao “lóbiismo” descarado em que o Povo é de tal forma fácil de estatisticamente ser manipulado que quantos menos se importarem melhor.
Claro que a “classe” não estaria livre, mesmo assim, de se verem a malhas com a populaça. Partidos que regozijam na demagogia inconsequente e completamente desfasada da realidade do mundo em que vivemos poderão vingar, pela mão da populaça que tem o dom para se perder nas suas decisões (atenção ao verbo perder). É um mundo cheio de perigos políticos. Ainda bem que existem pessoas, “Cavaleiros do cartoon”, como o Augusto Cid. Obviamente para mim, Cid é o “Condestável” de todos eles. Aonde quer que encontre uma estória mal contada, uma situação duvidosa, uma “Chico-espertalhice” que nos queira comer por otários, lá estará ele a brandir a sua pena e com esta a avisar a “classe” que se ele viu a marosca, outros também verão com a sua ajuda ou sem ela. Não poupa “Laranjas”, “Rosas”, “Vermelhos”, “Azuis” ou “Vermelhos às bolinhas pretas e cor-de-rosa”. Nesta “classe” é tudo a eito e esta é a virtude principal de um bom cartunista e é a que mais me agrada: “Doa a quem doer” estaria escrito no brasão acompanhado de uma moca de Rio-Maior, um Manguito, uma pena e um tinteiro. Só tenho pena que não doa mais.
Décadas a malhar neles, oposição ou não. Livros como: “O PREC”, “O PREC II”, “O Fim do PREC”; “O Último Tarzan”; “O Superman”; “Eanito El Estático”; "Agarra mas não abuses"; “Bicas e Bocas”; "DEMITO-ME...uma ova!"; “Cão Traste”; “Alto Cão Traste”; “Soares é Fish”; “O Produto Interno Brito”; “O Fenómeno” (com António); "Desculpe o Mau Jeito"; "Viva a Liberdade de Expres..."; "Seguros Cartoon Book". Outros livros como “O que se passa na Frente?”(1ª e 2ª Edição alargada), que testemunham a Guerra Colonial do ponto de vista do combatente, ou “Os cartoons do ano…” (de 1999 a 2008, com excepção do ano 2001 que não teve edição, em parceria com outros autores), são um “must”. Não é só na política que o Augusto Cid mostra o seu talento: ilustrações publicitárias várias, escultura e investigação. Os livros “Camarate” e “Camarate: Como, Porquê e Quem” são imagem da incrível luta do autor para não deixar morrer o muito mal contado (por alguns) caso da trágica morte do Primeiro-Ministro Francisco Sá Carneiro e outros que com ele iriam viajar até ao Porto naquela fatídica noite. Imperdíveis. Alguns destes livros foram apreendidos pelo desconforto que causaram aos visados…coitadinhos!
“Porreiro Pá” custa cerca de 22 Euros, o que é um escândalo, diga-se. O papel é fraquinho, não me venham com a estória que tem 100 gramas e coisa e tal…é fraco e mau. Por este preço, só quem como eu o compra e é por ser um verdadeiro fã do trabalho do homem e que faço questão em guardar um registo que será histórico para uma futura geração que quiser, como eu o fiz, realmente perceber as maroscas e maningâncias da história política relativamente recente. Merecia mais e por menos dinheiro, o que é bem possível nos actuais tempos de Europeização e Globalização. De qualquer forma, eu aconselho com veemência este livro que nos fará sorrir, com azedume, é certo.





Edit: Os pouquissimos cartoons que aqui foram utilizados para ilustrar o imenso trabalho do Augusto Cid pertencem a várias obras dele, tendo todos sido publicados previamente em jornais e revistas portuguesas. Servem apenas para divulgar o autor e não têm qualquer fim lucrativo beneficiando este blog e o seu utilizador. Os meus agradecimentos.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

LEITURAS ESTIVAIS



Foram umas belas férias…são sempre belas, mesmo quando não são melhores que as anteriores. Não apanhei nenhuma daquelas à antiga, como os nossos conhecidos mutantes na capa deste comic dos anos 80, que pertence a uma das mais estranhas edições da Marvel onde os mais conhecidos heróis eram caricaturizados, debochados, arrastados pela lama, etc. (farei um post sobre esta fantástica e inesquecível série que maravilhou e irritou fãs por todo o mundo). Mas as minhas férias foram especiais, à semelhança das do ano passado: o meu rebento desabrochou e começou a falar, a brincadeira abunda, é um nadador inato, e todos os dias são uma novidade.

Dito isto, que interessará muito pouco ou mesmo nada a todos que lêem este blog (isto é que é presunção da minha parte: pensar que alguém ainda lê isto!), nas próximas linhas farei um apanhado das minhas leituras de Verão. Aproveitei para reler alguns livros que já estavam enevoados na minha memória e levei uma catrapiscada de outros que ainda estavam por ler, apesar de alguns estarem na estante há muito tempo.

Comecei as minhas leituras pelo “The Stand – Captain Trips”. Já sabia da existência desta novela da autoria do Stephen King, mas nunca a tinha lido. Aproveitei o facto do famoso autor ser um fervoroso fã de comics e ter autorizado e supervisionado neste formato esta sua novela. Por ser um fã do seu trabalho e já ter lido algumas entrevistas suas (em particular uma, creio na revista Fangória, há uns anos valentes), foi com pouca surpresa que fiquei a saber que ele gostaria de ver os seus títulos adaptados aos comics. Por convite da Marvel, o autor começou por supervisionar uma prequela da série “Dark Tower”, até agora com três títulos já disponíveis no mercado, escritos por Peter David e ilustrados por Jae Lee e Richard Isanov. O sucesso desta série abriu portas para outra adaptação: “The Stand” é uma adaptação da novela publicada pela primeira vez em 1978 (actualizada em 1990). Não podia ser mais actual, de facto. É uma série do género Apocalíptico onde o principal vilão aparenta ser um vírus da gripe manipulado pelos militares, com o nome de código “Project Blue” e que se torna popularmente conhecido por “Captain Trips”. Este primeiro número, de cinco hardcovers, tem exactamente o título “Captain Trips” e descreve os primeiros dias após o desencadear da pandemia, provocado por uma fuga de um militar das instalações onde o vírus era desenvolvido. É escrito pelo Roberto Aguirre-Sacasa e ilustrado pelo Mike Perkins, dupla que funciona muito bem. Gostei bastante de ler este primeiro número e, devido ao actual cenário de gripe H1N1, consegue aumentar o seu efeito de horror/terror pretendido. Foi uma coincidência esta situação e não um aproveitamento descarado do H1N1 (talvez do H5N1!), pois este primeiro volume foi editado em Setembro de 2008. De qualquer forma, a devastação provocada pelo “Captain Trips” (99,5% da população Mundial é infectada e morre) envergonha (e ainda bem) o real H1N1. O segundo volume tarda, mas para quem não quer ler o original ou esta adaptação para comics, sempre pode ver a série televisionada de 1994, com o Gary Sinise como protagonista. Talvez na senda da grande escritora Mary Shelley com a sua novela profética e aterradora “The Last Man” (que já neste blog foi abordada em “Y: The Last Man” - Brian K. Vaughan e Pia Guerra) esteja outra visão associada do armagedão da humanidade.


Depois deste começo passei para o último livro do Ben Templesmith. “Welcome to Hoxford” (sim, com “H”) é uma paródia, muito ao jeito do autor, à licantropia e ao sistema prisional Norte-Americano que nos últimos tempos tem vindo a interditar (leia-se censurar) os seus livros. A história é simples e retorcida, assim como os seus personagens: desde violadores, pedófilos, necrófagos a canibais, temos de tudo! A licantropia é abordada ao estilo vampiresco, o que não é nada original, mas sempre um pouco diferente do que é costumeiro. A arte, essa é irrepreensível. O enredo, sem spoilers, resume-se a uma instituição privada que recebe os piores e mais hediondos perpetradores dos mais condenáveis crimes na sociedade e reserva-lhes, secretamente (claro!), um destino que não o combinado com as autoridades, que se estão a borrifar, diga-se. Pelo meio, um fantástico personagem que faria o Hannibal Lecter parecer um betinho, uma psiquiatra que devia era ter juízo, um bando de tipos que não fossem os seus crimes seriam patéticos e, para acompanhar, uma matilha de avantajados Lobisomens. Enfim…a arte é irrepreensível.

Adivinhando que necessitaria de algo que me deixasse garantidamente satisfeito, muni-me com vários títulos do Warren Ellis, esse Deus escriba dos comics (Conforme muitos o apelidam. Será exagero?). Então, coloquei no saco: “Orbiter”, “Ocean”, “Crecy” e “Ministry of Space”.
“Ocean” para mim é o melhor, e por isso vou começar por este. Embora os mais fanáticos digam que seria digno de uma adaptação cinematográfica de grande orçamento, eu não vou tão longe: provavelmente um episódio de uma série ao estilo “Limiares da Realidade” (por exemplo). Todos eles seriam de boa adaptação televisiva. “Crecy”, por razões óbvias já teve inúmeras adaptações, pois trata-se da batalha considerada como a maior vitória Inglesa na sua História bélica (a tal com um gostinho especial, hehehe). O “Ministry of Space” mereceria, esse sim, um filme de grande orçamento ou uma série com 10 episódios, embora este seja, paradoxalmente, o que tem menos páginas.
De qualquer forma, Ocean foi o que despertou maior curiosidade no enredo e que conseguiu criar os melhores e mais tridimensionais personagens possíveis em tão poucas páginas. A arte de Chris Sprouse e as cores de Karl Story convencem, sem deslumbrar. O enredo, esse sim, deslumbra e vislumbra. Num futuro não muito distante, um inspector especial embarca num estranho veículo enquanto lê um livro (objecto praticamente extinto na produção) sobre as primeiras conquistas espaciais da segunda metade do séc. XX, comentando com admiração e incredulidade os feitos com os desconhecidos que com ele viajam. O seu trabalho levá-lo-á ao grande planeta gasoso do nosso sistema, a uma remota estação orbital científica que tem por função monitorar e estudar um dos seus planetas satélites. Uma espantosa descoberta foi feita e existe perigo de apropriação para fins menos católicos. O fim é de certa maneira um tanto ou quanto forçado, mas se o autor tomasse outro rumo provavelmente teria ganho vida própria para se tornar numa série de grandes dimensões. Pena é que não o tenha feito.

“Ministry of Space”, aqui está um livro que me dividiu. A arte é fenomenal, basta referir o nome de Chris Weston para estar tudo dito. As cores de Laura DePuy são de grande mais-valia. O enredo também é bom, mas com reservas. Logo após a 2ª Guerra Mundial, com a preciosa e indissociável ajuda dos cientistas Alemães “resgatados”, os Norte-Americanos e os Soviéticos empreenderam a conquista do espaço, como é sabido. O Warren Ellis reinventou a aventura, desta feita empreendida pelos Britânicos e pelos sonhos da velha Albion Imperialista e irredutível. Parece-me um tanto ou quanto presunçoso. Mas, porque não? O homem é Inglês, é o autor, por isso pode fazer e imaginar o que quiser. A comparação ao Dan Dare é impossível de desconsiderar e o próprio autor faz questão em referi-la como forte fonte de inspiração. É contada em tom de memórias, contém óbvias provocações e no final faz cair por terra o sonho com uma revelação tida como bombástica mas afinal muito fraquinha de previsível. O autor, que persegue a hegemonia Britânica durante toda a sua novela, termina com desconsolo e desilusão o inspirado sonho.

Orbiter é uma novela gráfica sobre as viagens espaciais, em especial um mistério que retorna ao planeta Terra na forma de um Space Shuttle que se julgava perdido. Começou muito bem, o desenho é bom, mas depois descamba e termina de uma maneira tipo Deus Ex-Machina, o que das duas uma: ou perdeu o fio à meada, ou não esteve para se cansar com um fim à altura. Embora eu tenha o Warren Ellis na maior consideração enquanto escritor que é, por vezes (e não são poucas) presenteia-nos com coisas destas. Se eu tivesse um tomate maduro à mão o Jogral tinha levado com um!


Terminado este, encetei numa viagem com o puritano imaginado por Robert E. Howard, Solomon Kane. O título “Solomon Kane, volume 1: The Castle of the Devil”, escrito por Scott Allie e com arte do Mario Guevara com o Dave Stewart, é fraquinho. Chegando a um dos reinos que constituem a actual Alemanha, faz-se companheiro de um personagem alegre e bonacheirão mas, no fundo, pilantra. Um barão amaldiçoado, uma esposa das arábias e demónios…sempre, claro. Não gostei da adaptação, talvez por ter lido o conto original que nos deixa mais envolvido no tenebroso mistério. Estou à espera que chegue o Solomon Kane escrito pelo Roy Thomas, este ir-me-á fazer apagar a má memória do anterior, sem dúvidas, e reavivar outras memórias, pois este último são reedições a preto e branco no mesmo formato das reedições da Espada Selvagem; o papel espera-se fraquinho, tipo jornal com forte cheiro a tinta…há quem goste!


“Waltz with Bashir”, ainda não vi o filme mas em BD é fenomenal, porque parece mesmo que estamos a ver um filme de animação, devido ao estilo de impressão utilizado, entre o “gloss” e o “mat”, assemelhando-se a película. As colagens estão igualmente fantásticas. A história centra-se num homem que persegue a sua memória, ou a falta dela. Tendo tomado parte na primeira guerra entre Israel e o Líbano, não se recorda do seu maior e mais aterrador acontecimento: o massacre dos Palestinianos em Beirute em 1982. Depois de uma conversa com um amigo que é assolado por pesadelos, percebe que apenas tem memórias muito vagas sobre esses tempos. Começa então a tentar lembrar-se recorrendo às memórias de outros camaradas de armas e também à ajuda médica. É mais um caso de síndrome pós-traumático, de quem se viu incluído num conflito que passe onde se passar e com quem for, deixa sequelas inultrapassáveis. É um recordar de uma guerra, com um certo mas curto distanciamento, que abre velhas feridas e alerta para os horrores momentâneos e duradouros de qualquer conflito.

Outro livro com o qual me distraí nestas férias foi com a introdução à “War of Kings” da Marvel. Optei pelo Tradepaperback (TPB) por não querer esperar por uma eventual edição Hardcover. “Road to War of Kings” abre uma nova saga, que vai buscar recentes acontecimentos no universo Marvel. Desde os destinos de Havok e Polaris, da anterior Majestrix, Lilandra Neramani, e dos Starjammers ao do actual Imperador do imenso e poderoso império Shi’ar, Vulcan. O que desencadeia esta “War of Kings” é a revolta, levantamento (embora eu prefiro o termo em Inglês: Upraising) dos poderosíssimos Inhumans. Criados pelos Kree para serem uma poderosa arma, cansados de serem acossados quer pelos Humanos, quer pelos seus criadores, quer por outra qualquer espécie alienígena (em especial pelos últimos acontecimentos narrados na saga “Secret Invasion” onde os Skrull tiveram o papel principal), o Rei dos Inhumans, Black Bolt, com toda a sua família (incluindo o seu genial e insano irmão) e súbditos pegam em armas e bagagens e abandonam a Lua (último repouso da sua magnífica cidade refugio, Attilan) e decidem uma incursão ao Império Kree, dizimando pelo caminho todos os que encontram: o remanescente em fuga da frota Skrull, patrulhas Shi’ar e claro Krees. É verdade! Aqui se vai ver os Inhumans como nunca foram vistos: a dar porradinha que até dói! Também já chegava de os ver a levar de todo lado e sempre a quererem ser os (des)equilibrados pacifistas cristãos que davam a outra face constantemente! Os últimos acontecimentos foram a gota de água: o ataque ao seu último reduto na Lua por Marines Norte-Americanos (no seguimento do roubo dos cristais de terragénese pelo Quicksilver) e, claro, do plano Skrull para a invasão da Terra. A guerra dos Reis adensa-se com a expansão desenfreada do império Shi’ar, derivada de um enfraquecimento geral de todos os reinos, impérios, guildas, repúblicas, etc., provocado pelo mega acontecimento Annihilation. Portanto, para quem delirou com a fantástica Annihilation e Annihilation Conquest, vai poder continuar a delirar com essa parte remota do Universo. Títulos como “Guardians of the Galaxy”, “Nova”, “Darkhawk” e outros farão parte desta nova aventura que culmina os títulos “Annihilation” e “A. Conquest”, “Uncanny X-Men/ X-Men: Deadly Genesis/ Rise and Fall of the Shi’ar Empire/ Emperor Vulcan”, “Secret Invasion: Inhumans” e outros.
Possas… nunca é fácil escrever sobre estas sagas da Marvel, tamanha e longínquas são as suas ligações. Não foi fácil, tive que pegar em alguns dos livros que aqui refiro para fazer um pequeno apanhado, sem spoillers (de maior).


Noutras leituras, continuei a ler a colecção B.P.R.D., com o décimo título TPB publicado, “ The Warning”. Não há muito a acrescentar ao número anterior: continua a busca pelo líder transformado em monstro; a Liz continua a ter as visões perturbadoras e desvenda-se um pouco do mistério sobre a identidade do personagem que visita Liz nos seus sonhos, cada vez mais reais. Basicamente, é uma série de sólidos créditos firmados, que conseguiu afastar-se do personagem que a lançou: Hellboy. Pessoalmente, acredito que deverá libertar-se deste ciclo onde se encontra o mais brevemente possível, pois arrisca-se a arrastar e a perder esses créditos tão brilhantemente ganhos e merecidos. Acredito que exista uma meta preestabelecida pelo autor, que sempre se demonstrou coerente. Aqui está uma pergunta para lhe colocar em Beja, no próximo ano.

Nestas férias outros livros houve, uns por acreditar que não mereçam mais do que uma referência, outros que vou guardar para outro post. Os que mereceram apenas uma referência, não será por serem fracos, mas mais por não se destacarem dentro das obras dos seus respectivos autores, ou na cronologia e história que seguem. “Red”, um “old school” do Ellis (imagem à direita); “New Avengers: vol. X”; “X-Factor: vol. I”; “Iron Man: vol. II” são alguns. Os outros que guardo para outros posts são: “Freakangels: vol.II”; “Seven Brothers”; “Mouse Guard: Fall, 1152” (estou à espera do “Winter 1152” – vol.II); “Dark Avengers” (pela curiosidade que possa eventualmente suscitar); “Foxtrot: Wrapped” (por trazer as últimas tiras diárias; daqui para a frente o autor só fará as tiras dominicais).Foram umas férias ricas em leitura. Agora aguardo o mês de Outubro e pelo lançamento de vários Absoluts e Omnibus que irão enriquecer ainda mais as prateleiras, ao contrário de mim.