
Augusto Cid, Augusto José Sobral Cid (Horta, 1941-) é um
cartunista e
caricaturista político e
ilustrador português. Efectuou estudos do ensino secundário nos colégios Infante Sagres e Moderno e nos
Estados Unidos da América. Frequentou o curso de Escultura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Colaborou nos seguintes jornais e revistas:
A Parada da Paródia,
A Mosca,
Diário de Lisboa,
Lorentis,
Observador,
Século,
Vida Mundial,
O Jornal Novo,
Povo Livre,
A Tarde,
O Dia,
O Diabo,
Semanário,
O Independente,
Focus,
Grande Reportagem e
Sol. Colaborou ainda com a estação televisiva
TVI. Cartunista provocador, satirizou frequentemente figuras como
Álvaro Cunhal,
Pinto Balsemão e
Ramalho Eanes (dois dos livros de Cid sobre esta personagem, O
Superman e
Eanito,
el Estático, foram apreendidos judicialmente). A investigação do desastre aéreo de
Camarate foi uma das causas que abraçou.
O parágrafo supra é o que a Wikipédia diz, e muito bem! Eu descobri o Sr. Augusto Cid na década de 70 e embora não soubesse ler muito bem, achava muita graça aos desenhos, pois claro! Vivíamos um período em que mesmo não percebendo concretamente o que se passava, sabia que se passava alguma coisa e aquelas caricaturas eram as estrelas que desfilavam nos palcos dos acontecimentos nacionais. Anos depois, já mais maduro, finalmente apercebi-me o que se tinha concretamente - ou quase - passado. Mas como a história contada pelos intervenientes tem sempre várias interpretações, são necessárias pessoas com um espírito caustico que saibam dar uma visão mais profunda daquilo que seria - ou gostariam que fosse - a verdade. Até hoje nunca li nada, com ilustrações ou cartoons, mais abrasivo, do género "meter o dedo na ferida", do que os absolutamente divertidos e assustadores livros do Augusto Cid. O jornal O Diabo, com a Vera Lagoa como directora e o Cid como cartoonista, desmascarava a farra da Politica Portuguesa, e eu adorava! Hoje temos o Contra-Informação, e ainda bem!
A capa do livro que eu incluo aqui foi o primeiro que alguma vez vi, comprado pelo meu Pai. Ainda hoje o leio e farto-me de rir...com um sorrizinho amarelo, por vezes, claro, pois ainda hoje andamos a pagar pela dança das cadeiras e a inexperiência dos personagens aí caricaturados.
A última obra publicada foi O Cavaleiro do Cartoon e podemos, todos os anos e em conjunto com outros caricaturistas também muito dotados (É lá!), ver compilações dos seus cartoons nos livros Cartoons do Ano.
Ficam para a história livros como "O que se passa na frente" com cartoons da sua experiência na Guerra do Ultramar (foi reeditado com mais alguns cartoons que não figuravam na primeira edição); "O Superman"; "Eanito, el Estático"; "O Produto Interno Brito" e muitos outros mais. Um livro da Companhia de Seguros Império, de oferta aos colaboradores, agentes e clientes especiais; nas carteiras de fósforos Quinas durante uns Jogos Olímpicos (que não me recordo quais foram; provavelmente os de Los Angeles); em postais de turismo.
Também fica para a história o seu esforço hercúleo a defender a memória do Primeiro Ministro Sá Carneiro e a tese que este foi assassinado...eu acredito! De leitura obrigatória: "Camarate" e "Camarate: Como, Porquê e Quem".
Para mim, o Sr. Augusto Cid é um dos nomes mais importantes da cultura e informação Portuguesa do século XX e XXI.
Muito obrigado caro Augusto Cid.